A Medida da Humanidade – É fato que temos de aproveitar os momentos desta vida, mas muitos dão excessiva relevância àqueles fatos que nos trazem alegria e põe de lado os mais penosos. É uma atitude precipitada que revela a pretensão humana. A alegria traz consigo sempre um sentimento de infinitude, de perfeição que são predicados incongruentes com a própria natureza humana, que é efêmera e sempre viciosa. Se assim são os sentimentos que os momentos de alegria nos proporcionam trazem consigo uma pretensão e uma falsa representação de nossas capacidades. As dificuldades não tem muitas vezes seu merecido valor de reflexão, porque são elas que dão a medida da nossa humanidade, dão o tamanho das nossas dimensões. O mais importante então não é superar ou sucumbir às intermitências da vida e sim, se fazer humano por elas. Há sempre quando sofremos dificuldades um sentimento de estar sendo pressionada ou oprimido pela situação. E é isso que nos permite saber até onde ir, medida na prudência. É um tocar-se. Saber até onde vão nossos lados. Nossos sentidos. Membros. As paredes são a contraposição ao horizonte que vemos pela janela. Um horizonte que não nos pertence embora seja possível aprecia-lo.
